5.11.2014

Calça Jeans - Uma peça que movimenta o mundo.

Com um tecido resistente, que se for do bom pode durar décadas, o jeans é um acumulador de memórias, que vive histórias e relatos que valem ouro.
Em Janeiro deste ano, vi um documentário contando um pouco sobre o Jeans (você pode ver um trecho aqui), e percebi que assim como a moda, o jeans pode contar a história do desenvolvimento humano conforme o passar do tempo. Mas antes de falar de marcas e tendências, não podemos deixar de citar o criador da calça jeans, Lévi-Strauss.



Ao perceber que as calças dos mineradores da corrida do ouro, na Califórnia em 1853, se desgastavam facilmente, teve uma brilhante ideia para tirar a lona encalhada do estoque de sua loja, onde vendia de tudo, até tecidos. Resolveu então fabricar calças de lona! A lona era um material muito procurado na época, usado para a fabricação de tendas, sacolas, cobertura para carroças e outras coisas mais. Por que não fazer calças para esses trabalhadores que precisavam de calças mais duráveis?


Como a lona era incômoda, Lévi começou a correr atrás de uma nova matéria prima, para que o uso fosse mais agradável, que tivesse flexibilidade, mas com a mesma resistência da lona. Depois de muita pesquisa e muitas tentativas, chegou à solução do Denim, tecido original da cidade francesa de Nîmes, que misturava seda com lã! Depois de um tempo passou a ser fabricado somente com algodão.

Com a pendenga resolvida (de ter um produto agradável de se vestir e ter durabilidade), mesmo assim não estava 100% satisfeito com as peças. E foi em 1872 que Lévi-Strauss conheceu um fabricante de capas e celas para cavalos, chamado Jacob Davis, que deu uma ideia para o reforço nos bolsos com rebites de cobre, os mesmos que usava para reforçar as rédeas de cavalo que fabricava. Os rebites de cobre viraram a marca registrada dos jeans de Lévi, juntamente com o icônico tom índigo de azul, introduzido no processo de criação em 1890.

E a partir daí as calças jeans ganharam status, passaram de roupa de peão para item de desejo nas melhores grifes. A Levis (marca criada por Lévi-Strauss) foi a incubadora, depois do hype outras marcas foram surgindo, como a Calvin Klein, a primeira a colocar a peça na passarela na década de 70, a Diesel, que ficou conhecida por vender os jenas deluxe, a Gstar, que ficou conhecida como o jeans colture.


Em solo brasileiro temos ótimas marcas para citar! A JOHN JOHN que todos pensam que é gringa mas é brazuca, começou como uma fornecedora de jeans e agora é uma marca com outros tipos de peças e tecidos, mas o jeans ainda é seu maior sucesso! Temos a Blue Man, que não uma marca que vende calça, mas ganhou fama por transforma o jeans em biquíni (orgulho carioca!). Temos também a Dijon, que era uma Farm da vida, só que do ramo do jeans na década de 70. Quem tinha uma calça da marca queria ostentar a plaquinha dourada que vinha na parte traseira da calça. Não posso esquecer de mencionar a finada Yes Brasil, que foi uma super queridinha das cariocas nas década de 70 e 80. Outra marca brasileira que fez seu nome no mundo do jeans é a ELLUS, que começou com um processo bem fundo de quintal, feito no meio de uma comunidade hippie na década de 70, e hoje é uma das grifes de mais sucesso do Brasil.
Nas décadas de 60 e 70 o jeans era usado como ato de rebeldia pelos jovens, tornou-se cool na década de 80 e virou música na década de 90 em prol de uma marca chamada Gang. Quem nunca ouviu “Calça da Gang tem que ter etiquetinha, se tiver etiquetão, foi comprada na feirinha” ou “Calça da Gang todo mundo quer. Duzentos reais pra deixa a bunda em pé.”

Hoje a calça jeans transcendeu seu motivo principal de criação, deixou de ser ato de rebeldia e agora está em todas as classes, religiões, credos e costumes. Viva o Jeans!

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